terça-feira, julho 03, 2007

Encerramento do B.Leza

O B.Leza, ao final de 12 anos, terá que encerrar portas.

Porque não queremos que o projecto morra, precisamos de si.

Consulte a
petição e, se concordar e ainda não tiver assinado, subscreva o texto.

Até sempre e obrigado!

BLeza - O documentário

Há muitos anos que a música habita o Palácio Almada Carvalhais. No início dos anos oitenta, e sob a tutela da Casa Pia, eram os bailes e as noites de fado vadio que ecoavam para o Largo Conde Barão. Depois, vieram “as Noites Longas” e o “Baile”, e com estas discotecas, a criação de um dos mais carismáticos espaços da capital. Circuito obrigatório para o meio artístico nacional, o BLeza encontrou a sua génese em Tito Paris e outros nomes da música cabo-verdiana, e difundiu, por muitos anos, uma cultura africana própria.

Em Novembro de 2005 um jornal anuncia, para breve, o fim do BLeza. Para nós, esta foi a declaração da urgência de registar toda a riqueza do espaço mais multicultural e multi-étnico da noite portuguesa. Foi uma luta contra o tempo que estipulava seis semanas de vida, mas foi toda uma vida que se gravou entre testemunhos, vivências e atmosferas.
Este é o registo, cantado a várias vozes, de um espaço de lazer que ganhou novas dimensões sociais, ao eliminar as fronteiras culturais para recriar novas expressões artísticas. Aqui, os africanos recordavam, enquanto davam a sua cultura.

O documentário ganhou corpo, junto com o grupo de artistas que se reuniam para proclamar a vida do BLeza. Esta foi, também, a nossa história, a narrativa feita dos muitos intelectuais que se uniram a nós para retratar a história e importância cultural das noites do Conde Barão. Mesmo com a limitação de meios económicos e técnicos, foi este sentimento que tornou este documentário tão rico e único, mesmo que passado um ano, a força destas vozes o tenha impedido de morrer. E porque o BLeza vive, esse é o seu retrato neste documentário: O de um espaço lúdico, com uma história riquíssima. O de um palácio de culturas, que de forma espontânea une tão facilmente as músicas aos corpos, como as diferentes expressões nacionais.

OS AUTORES:

Rui Lopes da Silva, realizador: Formado em Audiovisuais no IADE, inicia no mesmo ano de 1992 a actividade de operador de câmara na Duvideo. Em 1996 inicia-se na realização de vídeos institucionais, telediscos e spots publicitários. Após colaborações diversas, em 2002 realiza os documentários “Lisboa nos Cantares Cabo-verdianos” e “Futuro”. No percurso continuam os documentários, nos quais se destacam “Olhar Estudantil” e “Percurso do Outro” de Gueny Pires. Desde 2003 é responsável pelo Departamento Audiovisual do Instituto Piaget.

Victor Pires, produtor: Depois de concluir o secundário em Cabo-Verde vem para Lisboa frequentar o curso de Animação Sócio-Cultural, vertente Produção. Em 1995 regressa a Cabo Verde, onde exerce as actividades de galerista, produtor e animador sócio-cultural. É ainda neste período, em 1996 e 97 que participa como assistente de realização nos filmes “O Testamento de Senhor Napumoceno”, de Francisco Manso, e “Fintar o Destino”, de Fernando Vendrell. Em 1998, como produtor, integra a comitiva cabo-verdiana da Expo98, sendo então convidado a trabalhar como responsável pelo Arquivo da Produtora Duvideo, cargo que ocupa até hoje. Paralelamente tem colaborado em projectos documentais e audiovisuais.